Modelagem de dispersão de óleo

Este estudo de modelagem foi executado a fim de compor o Plano de Emergência Individual (PEI – realizado por empresa parceira) da bacia de evolução e dos berços 902, 102, 207, 202 do Porto de Vitória.

Para as simulações foram utilizados os módulos hidrodinâmico (FLOW) e de dispersão de partículas (PART) do modelo numérico Delft3D. A grade numérica implementada englobou toda a Baia de Vitoria e do Espírito Santo, Canal de acesso ao Porto, Canal de Passagem, estuários do rio Santa Maria da Vitória e rio Aribiri e região oceânica adjacente.

No total foram simulados 20 cenários que variavam quanto sazonalidade (verão e inverno), ponto de derramamento (Bacia de Evolução e Berços de atracação), tipo de produto (óleo diesel e MF-380) e volume derramado (8 e 500 m³). Os resultados probabilísticos foram apresentados em 3 tipos de mapas: i) probabilidade de ocorrência de presença de óleo na água (em porcentagem), ii) tempo de deslocamento do óleo na água (em horas) e iii) probabilidade de toque de óleo na costa.

Os resultados das simulações probabilísticas mostraram que, mesmo para um derramamento de baixo volume (8m³), toda a região portuária do Canal de Acesso tem alta probabilidade de ser contaminada caso a mancha de óleo não seja contida nas primeiras horas. Por outro lado, mesmo nas simulações de grande volume (500 m³), a mancha de óleo apresentou baixa probabilidade de ser transportada para fora do Canal de Acesso (região oceânica/costeira e interior do estuário).

Essa maior concentração da mancha de óleo dentro do Canal de Acesso e baixo transporte para as regiões adjacente ocorre por dois motivos. Primeiro, porque devido à morfologia estreita do canal (em torno de 300 metros), nas primeiras 6 horas mais de 70% do volume do óleo derramado já se encontra aderido à costa. E o segundo decorre do padrão hidrodinâmico local ser fortemente regido pelas correntes de maré. Isso faz com que o sentido das correntes se inverta a cada 6 horas dentro do canal (ciclo semidiurno da maré), gerando um movimento de “vai e vem” com a mancha de óleo. Esse comportamento pode ser facilmente visualizado no vídeo abaixo de uma simulação determinística para um derramamento de 500 m³ de óleo na Bacia de Evolução do Porto de Vitória.

Essa maior concentração da mancha de óleo dentro do Canal de Acesso e baixo transporte para as regiões adjacente, decorre do padrão hidrodinâmico local ser fortemente regido pelas correntes de maré. Que faz com que o sentido das correntes se inverta a cada 6 horas dentro do canal (ciclo semidiurno da maré), gerando um movimento de “vai e vem” com a mancha de óleo. Esse comportamento pode ser facilmente visualizado no vídeo abaixo de uma simulação determinística para um derramamento de 500 m³ de óleo na Bacia de Evolução do Porto de Vitória.

Vale ressaltar que aqui neste artigo foram apresentados apenas alguns trechos dos resultados gerados. E que estas simulações foram realizadas para cenários hidrodinâmicos realísticos ocorridos no verão e inverno de apenas um único ano de dados medidos. Sendo importante a complementação deste estudo com cenários extremos ou hipotéticos estruturados a partir de análises climáticas da região.

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