Neste artigo apresento a parte inicial de um projeto realizado pela Stokes Oceanografia no litoral do Espírito Santo. O objetivo deste estudo foi fornecer informações à equipe responsável pelo projeto executivo de implantação de uma marina.
O primeiro passo para um estudo deste tipo, localizado em praia arenosa exposta, é a caracterização do clima de ondas da região. Os dados de direção, período e altura da onda norteiam os primeiros esboços na forma e dimensionamento de estrutura necessária para conferir o grau de proteção desejado para o empreendimento.
A rosa direcional de ondas mostrada abaixo indica o clima de ondas local (com base em uma série de dados de 20 anos). Nela é possível verificar que os sistemas que atuam na região se propagam dos quadrantes nordeste (NE), leste (E) e sudeste (SE), com altura (Hs) e período (Tp) médios de 1,2 metros e 10 segundos, respectivamente.
Com base nestes dados foram realizadas as primeiras simulações numéricas de onda a fim de avaliar o grau de proteção gerado por uma estrutura fixa (molhe) na área de interesse de implantação da marina.
A estrutura inserida na primeira simulação possuía 400 metros de extensão e alinhamento nordeste/sudoeste (40°/220°). Para forçamento da simulação foram inseridos sistemas de onda variando dos quadrantes nordeste, leste e sudeste, com alturas variando de 0,5 a 1,5 metros para cada quadrante.
Veja o vídeo do resultado da simulação abaixo.
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A simulação indicou que o molhe gerou uma zona de sombra de aproximadamente 35 mil m². E que nesta região de sombra o grau de proteção girou em torno de 90% para as ondas de nordeste, 95% para as ondas de leste e 100% para as ondas de sudeste.
A partir destes resultados preliminares, outras configurações de estrutura foram testadas a fim de avaliar alterações na área de zona de sombra gerada e seus graus de proteção objetivando implementar a menor estrutura rígida possível.
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